Clarice Starling vive num mundo de homens: trajados de roupas sociais, eles portam suas armas e mostram seu treinamento para combater as mais variadas ações criminais. Ela precisa, boa parte do tempo, demonstrar força, seriedade e perspicácia. Enquanto isso, um assassino em série que ataca mulheres e arranca suas peles, conhecido como Buffalo Bill, almeja transformar-se com um novo corpo, feminil e costurado por ele mesmo. É seu poder de morte, sua obsessão pelos corpos femininos, que aproxima Starling do dr. Hannibal Lecter.

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Após ser enviada por Jack Crawford, chefe da ­Seção de Ciência do Comportamento do FBI, para entrevistar o canibal, a jovem agente precisa entrar no jogo de Lecter – a própria essência do mal. A cada corpo esfolado que analisa, ela ouve os sons dos cordeiros no abatedouro do sítio de sua infância. Cada movimento nesse jogo é uma noite perdida em que o silêncio dos inocentes não acontece. Para ­expurgar seus próprios demônios, Starling precisa resolver esse caso, lidar com os homens que urram ao seu redor e, assim, finalmente, conseguir dormir em paz. 

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O silêncio dos inocentes é o livro por trás da clássica história dos anos de 1980, uma obra cujo ­alcance transbordou-se em diferentes mídias, ­comentários, interpretações e visões, uma herança pulsante e vigorosa na composição seja de personagens femininas de grande força e impacto ou na construção de verdadeiras referências de gênero. Clarice Starling sabe de sua condição no mundo em que vive, e isso não a enfraquece ou a reduz – pelo contrário, a transforma num marco da literatura de suspense.

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